2021 fecha uma década de alta nos preços mundiais dos alimentos
MUNDO
Publicado em 06/01/2022

Aumento anual foi de 28,1% comparada a 2020; FAO alerta que aumento de valores da comida em países dependentes de importações coloca em risco as populações mais pobres; maior índice já registrado foi de 131,9 pontos em 2011.  

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO, revela um aumento de 28,1% nos custos da comida no ano 2021, quando comparado a 2020.  

Durante todo o período, o índice anual de referência atingiu 125,7 pontos. Foi a maior alta observada desde os 131,9 pontos registrados em 2011. 

Forte demanda  

Dezembro passado marcou uma queda nos preços mundiais dos alimentos, após aumentos por quatro meses consecutivos, segundo o Índice de Preços dos Alimentos. 

A análise publicada nesta quinta-feira, em Roma, indica a média de 133,7 pontos no mês passado, em comparação com 134,9 de novembro. 

A medição dos custos das categorias alimentares mais comercializadas em nível global aponta retrocessos na colheita e a forte demanda, verificada no ano passado, como fatores que ditaram o alto índice mensal nos 10 anos. 

Em dezembro, caíram os preços de todas as categorias no índice, exceto dos laticínios. Nas oleaginosas e no açúcar a queda de custos foi a mais significativa. 

Brasil 

A atualização mensal menciona ainda que houve um abrandamento da demanda de alimentos durante o mês, preocupações com o impacto da variante Ômicron da Covid-19 e declínios de reservas de trigo do Hemisfério Sul. 

A avaliação do valor dos alimentos em todo o ano 2021 destaca um aumento acentuado em todas as categorias. A situação também contribuiu para uma alta da inflação quando o mundo retoma a atividade econômica na sequência da crise do coronavírus. 

O Brasil aparece no documento na análise da categoria de cereais. A média de dezembro foi de 140,5 pontos, correspondendo a uma queda global de 0,9 pontos em relação a novembro.  

O mês foi marcado pela baixa nos preços de exportação do trigo com a melhora na oferta, após safras no Hemisfério Sul e a desaceleração da demanda. No país, os preços do milho foram mais altos impulsionados pela forte demanda e pelas preocupações com a persistência da seca. 

Populações pobres  

A outra menção do Brasil está relacionada aos custos do açúcar, que durante o ano passado foram 37,5% mais altos em relação a 2020. A FAO registrou preocupações com a redução da produção açucareira no país em meio a uma maior demanda global que levou ao aumento dos preços. 

Em dezembro, a desvalorização do real frente ao dólar norte-americano e a queda dos preços do etanol contribuíram para uma queda do custo do produto.  

Na avaliação, a FAO alerta que o aumento dos valores dos alimentos em países que dependem de importações está colocando em risco as populações mais pobres. 

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