2021 foi marcado por recordes de temperaturas extremas em todo mundo
MUNDO
Publicado em 07/01/2022

O ano de 2021 foi marcado por uma série de recordes de calor registrados em mais de 400 estações meteorológicas no mundo. A informação vem do climatologista Maximiliano Herrera, que há mais de três décadas reúne os registros meteorológicos disponíveis.

Anualmente, Herrera os registros das condições climáticas extremas relacionadas ao ano anterior. Para ele e outros cientistas climáticos que acompanham essa questão bem de perto, 2021 não será o ano mais quente da história, mas provavelmente estará entre os cinco ou seis nesta lista.

Embora preocupante, os recordes não pegam ninguém de surpresa, pois é uma tendência já prevista por muitas pesquisas. O “novo normal” são recordes atrás de recordes. Em todo o mundo, dez países, incluindo os EUA e a Turquia, quebraram ou empataram seus recordes nacionais mais altos.

Além disso, 107 países quebraram recordes mensais de máximas e cinco registraram as temperaturas mais baixas. A África teve os meses de junho e setembro mais quentes; na Europa, a Itália registrou a maior temperatura, de 48,8 °C; já os EUA tiveram a maior de todas, 54,4 °C, registrada no Vale da Morte, Califórnia.

 

Impactos no mundo

No Quênia, a meteorologista Patricia Nying'uro, cofundadora da Climate Without Borders, disse que as duas últimas estações de chuva fracassadas incomuns forçaram o governo a se organizar para uma ajuda alimentar no país, depois de muitos anos sem este cenário.

Para o meteorologista Scott Duncan, que reúne os dados do clima global, a Europa viveu um misto de recordes. Em março as ondas de calor no Mediterrâneo foram acompanhadas por incêndios florestais. Já em abril, a França atravessou uma onda de frio extremo, além de enchentes em julho.

Também segundo a Administração Meteorológica da China, 2021 foi o ano mais quente de todos os tempos. No entanto, foi a chuva quem mais castigou o país: em três dias, a província de Henan recebeu uma quantidade de precipitação esperada para um ano. Infelizmente, muitas pessoas morreram e tiveram suas casas destruídas.

Já em fevereiro de 2021, o estado norte-americano do Texas viveu uma onda de frio sem precedentes, que provocou morte de quase 200 pessoas — a maioria, em decorrência de hipotermia —, além de milhares que ficaram sem energia e a grande perda econômica devido ao impacto na produção agrícola do estado.

Sem dúvidas, foram muitos os recordes quebrados no ano passado, mas Herrera destaca a onda de calor extremo nos EUA como um dos pontos mais perturbadores para os cientistas climáticos. Ele disse que o evento superou qualquer observação de uma vida de pesquisas baseada na história do clima moderno nos últimos dois séculos.

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