(Reuters) - O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse nesta sexta-feira que Teerã "nunca" coloca esperança nas negociações em andamento em Viena que visam retomar o acordo nuclear de 2015 do país com potências mundiais.
O Irã e os Estados Unidos retomaram as negociações indiretas na capital austríaca na terça-feira após um intervalo de 10 dias, mas os enviados pouco revelaram se estão mais perto de resolver várias questões espinhosas.
"Colocamos nossas esperanças no leste, oeste, norte e sul de nosso país e nunca temos esperança em Viena e Nova York", disse Raisi em um discurso televisionado comemorando o 43º aniversário da Revolução Islâmica do Irã.
Raisi, cuja eleição em junho passado levou a um hiato de cinco meses nas negociações, disse que o Irã confiará em seu potencial econômico doméstico em vez de esperar apoio do exterior e das negociações nucleares com potências mundiais.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressionou publicamente o Irã na quarta-feira a retomar o acordo rapidamente, dizendo que será impossível retornar ao pacto se um acerto não for fechado dentro de semanas.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na quinta-feira que ainda há um longo caminho a percorrer antes que o acordo possa ser retomado.
Sob o acordo, o Irã restringiu seu programa nuclear para dificultar a obtenção de material físsil para fazer uma bomba, uma ambição que Teerã nega. Em troca, os Estados Unidos e outras nações aliviaram as sanções que prejudicam a economia do Irã.
O ex-presidente dos EUA Donald Trump abandonou o acordo em 2018, argumentando que ele não conseguiu impedir o apoio do Irã a aliados regionais e deu a Teerã muito alívio nas sanções pelas restrições nucleares. Trump então restaurou as sanções dos EUA, levando o Irã a começar a violar os limites nucleares do acordo um ano depois.