(Reuters) - O líder supremo do Irã disse nesta quinta-feira que o país desenvolverá ainda mais a capacidade nuclear pacífica para preservar a independência, em meio a negociações com potências mundiais para retomar um pacto nuclear de 2015.
Conversas indiretas entre Teerã e Washington têm sido realizadas em Viena desde abril, em meio a temores sobre os avanços nucleares de Teerã, vistos pelas potências ocidentais como irreversíveis, a menos que um acordo seja alcançado em breve.
Outras participantes do pacto, do qual o então presidente dos EUA Donald Trump retirou-se em 2018, estão intermediando as conversas entre o Irã e os Estados Unidos. Várias fontes, incluindo autoridades iranianas, disseram à Reuters que os próximos dias serão cruciais para determinar se as lacunas podem ser fechadas.
"Cedo ou tarde precisaremos de energia nuclear pacífica. Se não a buscarmos... nossa independência será prejudicada", disse o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em um discurso televisionado, apoiando a equipe de negociação linha-dura de Teerã em Viena.
"Os esforços diplomáticos de nossos irmãos revolucionários para tentar se livrar das sanções também são bons, mas a principal tarefa é neutralizar as sanções", acrescentou Khamenei, referindo-se às sanções de longo alcance reimpostas por Trump e ainda em vigor.
Desde 2019, Teerã tem violado gradualmente os limites do antigo acordo e foi muito além, reconstruindo estoques de urânio enriquecido, refinando-o para maior pureza físsil e instalando centrífugas avançadas para acelerar a produção.
O pacto de 2015 limitou o enriquecimento de urânio do Irã para tornar mais difícil para Teerã desenvolver material para armas nucleares, em troca da suspensão das sanções internacionais.