Avião da FAB com brasileiros resgatados da Ucrânia chega ao Brasil
MUNDO
Publicado em 10/03/2022

O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com 42 brasileiros resgatados da guerra na Ucrânia e que estavam na Polônia chegou ao Brasil hoje, quando pousou no Recife (PE) às 6h44 para os resgatados tomarem café da manhã, e já decolou , às 9h35, em direção a Brasília. Os militares também viajam com 20 ucranianos, cinco argentinos e um colombiano, incluindo 14 crianças, oito cachorros e dois gatos. 

A aeronave KC-390 Millennium deve chegar em Brasília, na Base Aérea, às 12h15. Eles se encontrarão com o presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Também chegou ao Brasil, por volta das 5h20, uma outra aeronave, Legacy, com 11 passageiros e cinco tripulantes. Nela, foram resgatadas uma grávida e duas famílias com crianças de colo. 

Segundo o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), caso alguém teste positivo para a covid 19, "será encaminhado diretamente para um hotel onde cumprirá a quarentena".

"Com o apoio das companhias aéreas brasileiras, vamos levar cada passageiro de volta para casa, até o seu destino final", postou Nogueira. 

No voo de ida foram transportadas 11,6 toneladas de doação para a Ucrânia, que incluem cerca de 9 toneladas de alimentos desidratados de alto teor nutritivo, o equivalente a cerca de 360 mil refeições; 50 purificadores de água, com capacidade por volta de 300 mil litros de água por dia; meia tonelada de insumos essenciais e itens médicos. 

Segundo o Ministério da Saúde, entre os materiais enviados, estão medicamentos para assistência farmacêutica básica para pessoas com doenças como hipertensão e diabetes, antibióticos, antitérmicos, antialérgicos, sais de reidratação e insumos para situações de emergência, máscaras de proteção e testes para detecção da covid-19. No total, são cerca de 20 mil itens médicos para assistência às vítimas.

O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no hemisfério sul e um dos projetos estratégicos da Defesa. A aeronave já foi empregada em outras missões especiais de ajuda humanitária, como no Líbano (2020) e no Haiti (2021). 

 

Postura do Itamaraty é criticada

A missão do governo federal para repatriação de brasileiros que fugiram da guerra da Ucrânia acontece depois de muita pressão por um plano de resgate. Muitos decidiram não esperar a ajuda oficial e conseguiram retornar ao Brasil depois de muitos percalços. 

O governo brasileiro também tem sido alvo de críticas por não ter calculado ou alertado os brasileiros que residiam na Ucrânia sobre a possibilidade de guerra. No dia 14 de fevereiro, o embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton Rapesta, afirmou em entrevista, que a situação era de "plena normalidade" no país e que não acreditava que haveria uma guerra. A invasão russa aconteceu dez dias depois.

O coordenador da força-tarefa de resgate na guerra da Ucrânia negou que tenha havido demora do Itamaraty para agir. "Nós agimos imediatamente, assim que o conflito eclodiu a força-tarefa foi criada e veio imediatamente para cá, e as nossas embaixadas já estavam atuando. Não houve demora", declarou Sousa à Globonews. 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defende uma postura de neutralidade desde o início do conflito. Pouco antes da invasão da Ucrânia, Bolsonaro esteve em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir principalmente o fluxo comercial de fertilizantes, segundo o governo. O Brasil importa parte significativa desses insumos da Rússia. 

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