As forças ucranianas entrincheiradas na siderúrgica de Azovstal, último reduto da resistência contra o exército russo na devastada cidade portuária de Mariupol (sudeste), disseram neste domingo (8) que não vão se render.
"Render-se não é uma opção porque a Rússia não está interessada em nossas vidas", disse Ilya Somoilenko, oficial de inteligência do batalhão Azov, durante uma entrevista coletiva transmitida por vídeo.
"Nós, todos os militares da guarnição de Mariupol, testemunhamos os crimes de guerra perpetrados pela Rússia, pelo exército russo", acrescentou.
"Todos os nossos suprimentos são limitados. Ainda temos água. Ainda temos munição. Temos nossas armas pessoais. Lutaremos até que a situação seja resolvida da melhor maneira possível", disse Samoilenko, que falou em ucraniano e inglês durante a conferência.
Muitos civis estavam lá com os combatentes ucranianos em condições precárias até que as últimas mulheres, crianças e idosos foram evacuados no sábado, segundo o governo ucraniano.
De acordo com Kiev, as operações de evacuação, patrocinadas pela ONU e pela Cruz Vermelha, permitiram retirar cerca de 500 pessoas em uma semana.
Mariupol, uma cidade portuária do sudeste que tinha cerca de 500.000 habitantes antes da guerra, foi quase totalmente destruída após dois meses de bombardeios russos.