O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje, em discurso televisionado, que irá fortalecer ainda mais suas Forças Armadas. Putin informou que, até o final do ano, os mísseis balísticos intercontinentais Sarmat, capazes de carregar 10 ou mais ogivas nucleares, estarão mobilizados para combate.
"Vamos continuar a desenvolver e a fortalecer nossas Forças Armadas, levando em consideração riscos e ameaças militares em potencial."
Em abril, os russos anunciaram que realizaram com sucesso o primeiro teste do Sarmat. Trata-se de uma arma de quinta geração com muito alcance, capaz de atravessar continentes inteiros e atingir um alvo em quase qualquer lugar do mundo, sem que possa ser detida por qualquer escudo antimíssil existentes.
A Rússia invadiu a Ucrânia no fim de fevereiro e vive tensão com outras nações vizinhas, como Finlândia e Suécia, devido à possível adesão desses países à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Além disso, são frequentes e recíprocas as críticas aos Estados Unidos e a países da Europa, como Inglaterra e Alemanha.
O míssil Sarmat
Também conhecido como Satan 2, o Sarmat faz parte de um trio de outros mísseis hipersônicos apresentados como "invencíveis" por Putin em 2018. Além dele, a Rússia possui o Avangard e o Kinjal —que, segundo Moscou, foi usado em março pela primeira vez para destruir um depósito de armas subterrâneo na Ucrânia.
Esse tipo de dispositivo ar-terra supera a velocidade do som, enquanto faz manobras verticais e horizontais.
Segundo Putin, o Sarmat foi feito apenas com componentes de produção russa e não tem "praticamente nenhum limite de alcance", sendo capaz de "chegar a seus alvos através dos polos norte e sul".
Para se ter uma ideia, a distância do polo Norte para o polo Sul é de cerca de 20 mil quilômetros.
Rússia intensifica ataques contra a Ucrânia
A Rússia intensificou nesta segunda-feira (20) os ataques contra as regiões de Kharkiv e Donetsk, no nordeste e leste da Ucrânia, poucos dias antes de os 27 países da UE (União Europeia) discutirem a candidatura de Kiev ao bloco.
No início de uma semana de intensa atividade em torno da candidatura da Ucrânia ao bloco europeu, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou que a Rússia está cometendo um "verdadeiro crime de guerra" ao bloquear as exportações de cereais e grãos ucranianos.
Em um momento de crescentes temores pelas consequências da invasão nos preços dos alimentos, a Alemanha organiza na sexta-feira uma reunião internacional sobre o assunto, que contará com a participação do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.