A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) reagiu à notícia de que uma mídia esquerdista resolveu atacar uma revista bíblica da igreja Assembleia de Deus. Se trata de um material utilizado para ensino nas escolas dominicais, comuns entre as igrejas evangélicas.
Conforme noticiado pelo GospelMais, o site The Intercept tentou “cancelar” o material evangélico, acusando a denominação protestante de propagar discurso de “ódio” contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra a população LGBT+.
Tudo porque, a revista intitulada “O cristão e os desafios do nosso tempo”, precisamente a lição de número 12, diz que o feminismo “representa uma das maiores armadilhas do mundo contemporâneo, levando a sociedade a um nível de depravação e perdição inimaginável”, além de criticar a pedofilia e a prática homossexual.
Sobre a suposta narrativa de ódio, a ANAJURE diz em nota que “vale mencionar o entendimento esboçado pela 1ª Turma do STF no RHC 134.682. Na ocasião, a Turma afirmou que o discurso proselitista é elemento essencial da liberdade de crença e intrínseco ao comportamento religioso”.
Com base nisso, diz a entidade, que “não se identifica, nos textos destacados pelo Intercept, a prática de discriminação, visto que inexistente qualquer estímulo a práticas de dominação, exploração, escravização, eliminação, supressão ou redução de direitos de qualquer grupo social”.
“A revista apenas indica as divergências existentes entre o pensamento sustentado pela organização religiosa e outros setores da sociedade. Tais divergências não são – e não devem ser – apontadas como justificadoras de qualquer agressão contra pessoas LGBTQIA+, feministas ou politicamente progressistas”, completa a nota.
Sobre o uso supostamente político da revista bíblica, a ANAJURE também rebateu a mídia esquerdista, dizendo que mesmo que o material contenha algum viés de cunho político, ele não caracteriza propaganda eleitoral, sendo apenas uma manifestação generalizada de pensamento acerca de um contexto social.
“Não é possível identificar nos trechos selecionados pelo Intercept Brasil o intuito de exaltar especificamente algum candidato. A menção feita ao ex-Presidente Lula não se aproxima de um tom político-partidário, apenas registra uma posição adotada durante o seu mandato e que tem conexão com o tema (questões afetas a gênero) tratado naquele trecho da revista”, diz a ANAJURE.