De acordo com as autoridades, o condado de Lee — atingido pela tempestade de categoria quatro no dia 28 de setembro — registrou 29 casos e quatro mortes devido à bactéria.
Todos os casos, com exceção de dois, foram diagnosticados após a passagem do furacão.
As infecções por Vibrio vulnificus podem ser causadas depois que a bactéria entra no corpo por meio de feridas abertas.
A bactéria vive em água salobra quente, como água parada de enchente.
"O Departamento de Saúde da Flórida no condado de Lee está observando um aumento anormal nos casos de infecções por Vibrio vulnificus como resultado da exposição às enchentes e à água parada após o furacão Ian", informou um porta-voz do departamento de saúde do condado na segunda-feira (17/10).
O comunicado pedia ainda aos moradores que "estejam sempre cientes dos riscos potenciais associados ao expor feridas abertas, cortes ou arranhões na pele à água quente salobra ou salgada".
"Os vazamentos de esgoto, como os causados pelo furacão Ian, podem aumentar os níveis de bactérias", acrescentava o texto.
"À medida que a situação pós-tempestade evolui, as pessoas devem tomar precauções contra infecções e doenças causadas pela Vibrio vulnificus."
O condado de Collier, ao sul do condado de Lee, também registrou três casos confirmados da doença que as autoridades dizem estar relacionados à tempestade.
Em toda a Flórida, um número recorde de 11 mortes foi atribuído à bactéria neste ano, assim como um total de 65 casos, segundo dados de saúde do Estado. As autoridades estimam que quase metade esteja relacionada ao furacão Ian.
Em 2021, foram registradas 10 mortes e 34 casos no Estado, enquanto sete mortes foram atribuídas à bactéria em 2020.
A Vibrio vulnificus é conhecida como "comedora de carne" porque pode evoluir para fasciíte necrosante, condição que causa a decomposição do tecido. Não é a única bactéria, no entanto, que pode causar fasciíte necrosante.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, cerca de um em cada cinco pacientes com Vibrio vulnificus morre — às vezes, apenas um ou dois dias após adoecer.
A bactéria pode causar sepse se entrar na corrente sanguínea — e, em alguns casos, pode levar a amputações para evitar a disseminação para outras partes do corpo do paciente.