Pesquisadores descobriram recentemente quatro novas inscrições em um sítio arqueológico próximo à Galileia que mostram evidências do cristianismo primitivo em um local comumente conhecido como “Igreja Queimada”.
As quatro inscrições foram descobertas enquanto arqueólogos limpavam mosaicos bizantinos na igreja Martírio de Teodoro, localizada em Hippos, perto do Mar da Galileia, no final do mês passado.
A igreja também é conhecida como a “Igreja Queimada” porque foi incendiada por invasores persas islâmicos no início do século VII.
Uma inscrição grega encontrada dizia: “Oferecendo em favor da salvação e socorro para Urania e Theodoros. Senhor Deus, aceite! Um homem! No tempo da indicação 4 e ano 619”.
O professor Gregor Staab, do Instituto de Estudos Clássicos da Universidade de Colônia, na Alemanha, disse que Urania e Theodoros provavelmente criaram uma capela privada como local de descanso final para si mesmos no local.
Staab continuou explicando que a estrutura das inscrições implicava que a língua grega havia sido distorcida pelas línguas locais, observando que “a linguagem das inscrições em mosaico mostra um declínio notavelmente forte tanto na tradução fonética quanto nas regras gramaticais”.
“[Era] impensável ter a ideia de usar um idioma diferente do grego – mesmo que alguém soubesse que esse idioma não era mais dominado na extensão realmente necessária”, continuou ele, conforme relatado pelo All Israel News.
“A língua original da liturgia cristã e da oração a Deus era o grego, por isso deveria ser considerado impossível desviar-se de usá-lo no contexto cristão”, acrescentou Staab, fazendo referência ao idioma em que foram escritos os evangelhos e cartas do apóstolo Paulo, dentre outros livros do Novo Testamento, para alcançar os gentios que formavam a Igreja Primitiva.
Os pesquisadores também acreditavam que o espaço de adoração teria segregado homens e mulheres, e também teria mantido aqueles que ainda não haviam sido batizados da congregação.
A igreja do Martírio de Teodoro foi originalmente construída em algum momento no final do século V ou início do século VI, e construída no estilo bizantino, com tapetes e mosaicos com simbolismo cristão.
A igreja é uma das sete descobertas na área, de acordo com informações o portal Haaretz, com outras inscrições encontradas pela equipe de escavação em 2019.
O espaço se tornou conhecido inicialmente por sua vista impressionante do Mar da Galileia, onde Jesus realizou muitos de seus milagres e supervisionou seu ministério terreno, conforme registrado nos Evangelhos.