A agenda identitária tem produzido situações inusitadas, para dizer o mínimo, envolvendo até mesmo a contratação de candidatos em concurso. Dessa vez, por exemplo, um juiz LGBT tentou proibir o ingresso de “heterossexuais” em uma seleção para o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Trata-se do juiz Mário Soares Caymmi Gomes, da 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador. O caso envolvendo a sua polêmica decisão viralizou no país em janeiro desse ano, mas só agora obteve novos desdobramentos.
Em sua decisão, o magistrado disse que a seleção para o TJ-BA daria prioridade a pessoas “trans e não binários”, bem como os de “cor preta” e “declaradamente gays e lésbicas”, além de “mulheres pretas”.
De acordo com o edital do concurso, o juiz ainda fez questão de destacar que “não haverá contratação, em nenhuma hipótese, de pessoas cisgênero e heterossexuais”.
Decisão é barrada
A iniciativa discriminatória por parte do magistrado LGBT, por outro lado, provocou a reação do desembargador José Rocha Rotondano, que é o Corregedor-Geral de Justiça da Bahia.
Isso porque, na semana passada, Rotondano acabou vetando o edital de concurso proposto por Caymmi, o que provocou a ira do juiz LGBT. O magistrado chegou a fazer acusações contra o desembargador, sugerindo estar perplexo com a decisão.
“O que me causou maior incômodo é que essa determinação tenha vindo de um corregedor que é gay, ainda que ele não se assuma. Isso não é fofoca. Tem a ver com o caso. Sei que ele é gay, pois ele teve caso com meu marido, antes dele me conhecer, ele foi casado com um rapaz que era vereador de Mata de São João”, disse Caymmi, segundo o iBahia.
Um dia após as acusações do juiz LGBT, o desembargador usou as redes sociais para dizer que lhe falta “espaço para me preocupar com insanidades!”, informou o Jornal da Chapada.