A exemplo do que aconteceu na Câmara, a direita no Senado está rachada em relação à reforma tributária. Mesmo defendendo alterações no texto, senadores como Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Rogério Marinho (PL-RN) já se manifestaram pela aprovação da reforma. Com isso, a oposição intransigente à proposta deve ficar a cargo de parlamentares ligados ao bolsonarismo radical, como a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF).
Outro ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro (UB-PR), está em cima do muro. Diz que vai definir seu apoio após tentar mudar o texto, mas defendeu o voto favorável na Câmara de sua mulher, Rosângela Moro (UB-PR).
Entre os deputados, a divisão sobre a reforma vem deixando sequelas. Ontem, parlamentares do PL, que deram 20 votos à proposta aprovada, trocaram mensagens agressivas no grupo de WhatsApp da legenda. À tarde, o líder do partido, Altineu Côrtes (RJ) bloqueou as publicações no grupo para conter a briga. (Globo)
Eleito ano passado com o voto bolsonarista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) se viu às turras com o padrinho político na semana passada devido a seu apoio à reforma tributária votada na Câmara, chegando a ser tratado como “traidor”.
Ontem, porém, procurou desanuviar o ambiente afirmando que “sempre será leal” ao ex-presidente. “A gente pode divergir em algum ponto sobre a reforma, é normal. Se eu estou aqui, eu devo a ele”, disse o governador durante evento de comemoração à Revolução de 1932. (g1)
Nos bastidores, a relação entre Tarcísio e Bolsonaro é comparada a um vaso de cristal que trincou: mesmo que não vá para o lixo, jamais será igual. A grande questão é o impacto que essa rachadura provocará na base do governador na Alesp e em seus planos eleitorais para 2026.