Rússia poderia implantar armas nucleares em Cuba para mais próximo dos EUA, diz deputado russo.
MUNDO
Publicado em 31/01/2024

A Rússia deveria colocar as suas armas nucleares em "países amigos" perto dos EUA em resposta aos alegados planos de Washington de transferir as suas próprias armas táticas para a Europa, sugeriu o legislador Aleksey Zhuravlev.

Os seus comentários foram feitos depois de o The Telegraph ter noticiado no sábado que os EUA pretendem implantar as suas armas nucleares no Reino Unido pela primeira vez em 15 anos, a fim de combater uma ameaça supostamente crescente da Rússia.
Numa publicação no Telegram, Zhuravlev, que é primeiro vice-presidente da comissão de defesa parlamentar russa e líder do partido Rodina (Pátria), destacou que a Grã-Bretanha tem as suas próprias armas nucleares e que os EUA já mobilizaram parte da sua energia atómica arsenal para vários países europeus próximos da Rússia.
"Portanto, é improvável que a implantação adicional [de armas nucleares no Reino Unido] tenha um efeito no cenário político-militar", supôs Zhuravlev.

No entanto, o político sugeriu que Moscou deveria considerar a implantação das suas próprias armas nucleares mais perto dos EUA e enviá-las para "países amigos como Cuba, Venezuela e Nicarágua".
Zhuravlev admitiu, no entanto, que os sistemas de armas deram um grande salto nos anos desde a crise dos mísseis cubanos de 1962. "Os mísseis hipersónicos russos lançados a partir do nosso território alcançariam os EUA mais rapidamente do que os mísseis subsónicos lançados a partir do ponto fraco americano", escreveu o deputado.

Ele também destacou que a Rússia possui aviação estratégica, bem como um vasto arsenal de submarinos estacionados em locais desconhecidos ao redor dos oceanos do mundo.
"Temos formas de responder a quaisquer invasões dos EUA e da NATO, que controla", disse Zhuravlev.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia já avisou anteriormente que Moscovo seria forçado a adoptar "contramedidas compensatórias" no caso de as ogivas nucleares americanas regressarem à Grã-Bretanha. A Rússia também acusou repetidamente o Ocidente de alimentar as tensões na Europa e citou a contínua expansão da NATO para leste como uma das causas profundas do conflito na Ucrânia.

Entretanto, vários responsáveis ocidentais - incluindo do Reino Unido, Alemanha, Estónia e até mesmo o presidente do Comité Militar da NATO - alimentaram estão se preparando para um ataque russo à Europa, e apelaram aos governos e cidadãos ocidentais para se preparar para um grande conflito com Moscou.

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