Se você é brasileiro e nasceu antes dos anos 1990, provavelmente se lembra de “The Jetsons”, um desenho animado em que os personagens se moviam em carros voadores e tinham uma faxineira chamada Rose que, na verdade, era um robô. Muito já se falou sobre as tecnologias que existiam na série e que são realidade. A novidade é que logo poderemos ter uma figura
Hoje, uma equipe de engenheiros da computação da Universidade do Texas, em Austin, apresentou um workshop para explicar como treinar um robô humanoide, como parte da programação do South by Southwest, maior festival de inovação e tecnologia do mundo.omo a Rose dentro de nossas casas.
Com um dispositivo simples avaliado em US$350, o grupo reproduz os movimentos humanos e consegue programar um robô com forma humana para movimentos mais complexos, como o uso dos dedos, ou o movimento de pernas e quadris. Uma vez que esses robôs aprendem, eles podem executar tarefas com mais rapidez do que um humano faria.
“Imagine você chegando em casa, e quer que alguém te ajude a cozinhar ou, às vezes, você precisa ir dormir, e tem que carregar um monte de dispositivos: laptop, iPad, celulares, fones de ouvido, uns são da sua mulher, outros do seu filho…. e se você tiver que gastar meia hora só colocando coisas para carregar, você não gostaria de ter um robô olhando pela casa e olhando para as coisas, organizando?”, pergunta Luis Sentis, professor na Universidade do Texas.
Mas, se já temos robôs comuns executando várias tarefas manuais e repetitivas, por que precisamos de uma forma humana? “Porque o mundo é desenhado para os humanos, nossos móveis, nossos carros, então faz sentido ter uma forma humana para desenvolver uma gama maior de atividades”, disse o professor Yuke Zhu. “Sem contar que eles são bonitinhos, e não ficam entediados fazendo trabalhos mecânicos”, brincou.
O professor Sentis também cita outros aspectos importantes da relação com homem e máquina.
“Teremos cada vez mais pessoas idosas. E esses robôs poderiam ajudar com as habilidades de manipulação fazendo checagem simples de saúde, ou ajudando uma pessoa a se vestir, esse tipo de suporte de enfermagem”. Eles também podem ser utilizados em tarefas que são consideradas perigosas para as pessoas. E isso leva a um uso polêmico.
“As guerras na Ucrânia e em Gaza têm sido lutadas por drones, e isso não tem volta. As guerras do futuro terão milhões de drones. Veremos uma proliferação de máquinas em combate, porque um país não quer muitas perdas de infantaria, certo? Eu fico preocupado, mas eu prefiro ver pelo lado positivo, de cuidados com pessoas que precisam. Prefiro ver os robôs como algo que nos fará mais bem do que mal”, afirmou Luis.
Quando perguntado se o futuro com uma Rose, de “The Jetsons”, para cada um já chegou, ele responde: “está prestes a acontecer”.