Mais de 450 mil pessoas já fugiram do local após ordem de evacuação emitida por forças israelenses e intensificação de bombardeios.
Grande parte de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, é agora uma "cidade-fantasma".
Segundo relatos de trabalhadores humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, mais de 450 mil habitantes foram deslocados à
força do local devido a ordens de evacuação israelenses na última semana.
A agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos (UNRWA) afirmou que as ruas estão vazias em Rafah e as
famílias continuam fugindo em busca de
segurança.
A porta-voz da agência, Louise Wateridge, disse que "o interior de Rafah é agora uma cidade-fantasma" e que é "difícil acreditar que havia mais de um milhão de pessoas abrigadas ali há apenas uma semana".
Muitos dos que foram forçados a deixar o leste de Rafah já tinham sido deslocados diversas vezes nos últimos sete meses.
A representante da UNRWA disse que "as pessoas enfrentam constante exaustão, fome e medo". Ela reforçou as mensagens
de que nenhum lugar é seguro e que um cessar-fogo imediato é a única esperança.
Os ataques aéreos continuam atingindo o norte e o sul de Gaza, em meio a relatos de que os militares israelenses alegam ter acertado 120 alvos nas últimas 24 horas.
Um quinto da população deslocada
O Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) relatou aue "incursões terrestres e combates intensos continuam sendo relatados no
leste de Rafah, bem como na cidade de Gaza e no Campo de Refugiados de Jabalia".
No norte, ordens de evacuação também foram emitidas no sábado "em meio aos
contínuos bombardeios israelenses", disse
o OCHA, informando que cerca de 100 mil pessoas deixaram suas casas e abrigos até
agora.
A agência afirmou estar "profundamente preocupada com a falta de proteção dos civis e com a falta de segurança nas operações humanitárias".
Os dados apontam que um quinto da população de Gaza foi deslocada apenas na última semana. O OCHA defende que aqueles que partem devem ter tempo suficiente para fazê-lo, bem como uma rota e um destino seguro para ir.
Passagem fechada para a ajuda
As agências da ONU seguem preocupadas com a falta de ajuda no enclave desde que as tropas israelenses bloquearam a entrada, tomando a passagem de Rafah e restringindo a passagem próxima de Kerem Al Shalom na semana passada, em resposta a um ataque de foguetes por combatentes do Hamas.
Segundo o OCHA, "a passagem de Rafah permanece fechada" e há uma "contínua falta de acesso seguro e logisticamente viável na passagem de Kerem Shalom".
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
informou que a incursão em Rafah
comprometeu o acesso aos cuidados de
saúde, a prestação de serviços e a entrega de suprimentos vitais.
A agência de saúde da ONU observou que os parceiros que trabalham na ajuda os parceiros que trabalham na ajuda médica em Gaza precisam de um mínimo de 46 mil litros de combustível todos os
dias apenas para as operações de saúde.