O presidente Donald Trump deve anunciar nesta terça-feira (21) os próximos passos e o novo comandante do ambicioso projeto de defesa antimísseis conhecido como Golden Dome – uma rede de satélites que promete proteger os Estados Unidos de ameaças balísticas. O anúncio está marcado para as 15h (horário de Washington), diretamente do Salão Oval, com a presença do secretário de Defesa, Pete Hegseth.

Segundo autoridades americanas, o general Michael Guetlein, atual vice-chefe de operações da Força Espacial dos EUA, deve ser nomeado o principal gestor do programa. O projeto, idealizado por Trump ainda em janeiro, é inspirado no sistema israelense Iron Dome, mas com proporções muito maiores. A proposta inclui centenas de satélites de vigilância e até uma frota de satélites ofensivos capazes de interceptar mísseis logo após o lançamento.

O custo estimado da “Cúpula Dourada” é de dezenas de bilhões de dólares, com financiamento inicial de US$ 25 bilhões já proposto por congressistas republicanos dentro de um pacote de defesa de US$ 150 bilhões. No entanto, a liberação da verba enfrenta entraves no Congresso e está vinculada a um conturbado projeto de reconciliação.

A possível parceria com empresas como SpaceX, Palantir e Anduril também tem gerado controvérsias. A SpaceX, de Elon Musk — um aliado de Trump —, propôs um modelo de “assinatura” para o uso de seus satélites, em vez da tradicional compra governamental, levantando dúvidas sobre controle e custos a longo prazo.

A senadora Elizabeth Warren e o deputado Greg Casar, ambos democratas, lideram um grupo de 42 parlamentares que solicitaram uma investigação formal sobre a participação de Musk no projeto. Eles citam possíveis conflitos de interesse, dado o papel de conselheiro informal de Trump e as doações de campanha superiores a US$ 250 milhões feitas pelo bilionário.

Se implementado, o Golden Dome se tornará um dos maiores sistemas de defesa espacial do mundo, mas o caminho até lá promete ser longo e politicamente turbulento.