O Exército Britânico quer reduzir em 10 mil o número de seus soldados — pelo menos o de soldados humanos. A reforma militar pretende substituir os combatentes por robôs, drones e outros equipamentos utilizados pelas forças armadas.
A ideia é atualizar as tropas eletrônicas em preparação para uma possível guerra cibernética, já que manter soldados de carne e osso é mais caro e, atualmente, pouco produtivo. O Reino Unido já vem reduzindo a quantidade de pessoas em suas tropas há quase uma década: em janeiro eram cerca de 80 mil soldados; agora, a expectativa é reduzir para algo em torno de 70 mil.
A troca da perspectiva bélica acontece em um momento de mudança no cenário militar mundial. Cada vez mais as batalhas com armas de fogo, bombas e trincheiras dão lugar a ataques virtuais, com novas tecnologias de intimidação no ciberespaço.
A mudança não pretende enfraquecer o exército britânico. O objetivo seria dar às forças armadas do país soldados compatíveis com a realidade global, onde o uso de drones já se mostra extremamente eficaz em missões de patrulhamento e ataque e os robôs são cada vez mais utilizados no desarmamento de bombas e no enfrentamento de ambientes hostis.
Ao mesmo tempo em que o número de membros do exército será cortado, o Reino Unido planeja aumentar a quantidade de ogivas nucleares à disposição da rainha. A ideia aqui seria mostrar que diminuir a tropa, trocando soldados por robôs, não significa um país militarmente vulnerável, mas apenas uma nação com foco no futuro.
Segundo o General Nick Carter, chefe do estado-maior do exército britânico, até 2030 o Reino Unido poderá ter 30 mil soldados robóticos autônomos ou controlados remotamente, o que deverá representar 25% de todo o efetivo militar até lá.
Sem novidade
Toda essa mudança surpreende, mas não chega a ser novidade. As forças armadas de vários países já utilizam drones desde a década de 50. Durante a Segunda Guerra, o matemático Norbert Wiener começou a estudar como a cibernética poderia ser usada para melhorar a performance do soldado humano, ou até mesmo tirá-lo completamente do campo de batalha.
Foi nesses estudos que ele desenvolveu uma técnica que chamou de “feedback loop”, em que era possível introduzir no banco de dados da máquina variações para que ela pudesse fazer uma previsão mais acertada no futuro. Desta técnica resultou o que hoje chamamos de “aprendizado de máquina”, que permite o desenvolvimento de Inteligências Artificiais cada vez mais avançadas.
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