JULIO SEVERO
Em um esforço para mirar “extremistas domésticos,” o Ministério de Segurança Nacional do governo dos EUA está utilizando o Facebook, Twitter e outras grandes empresas de tecnologia para espionar as pessoas através da mídias sociais e denunciar se elas podem ser uma ameaça.
O noticiário da TV americana NBC informou que um “conjunto amplo de mudanças de políticas” para melhorar a forma como o governo coleta dados inclui “os tipos de postagens de mídia social que ameaçaram um ataque ao Congresso dos EUA” em janeiro.
O FBI e outras agências viram as postagens, disse a reportagem, mas decidiram que não eram sujeitos a processos judiciais, citaram autoridades elevadas que preferiram ficar anônimas.
“O Ministério de Segurança Nacional planeja expandir suas relações com empresas que vasculham dados públicos para obter dados secretos, uma das autoridades elevadas disse, assim como para melhor aproveitar o vasto tesouro de dados que já recolhe sobre as pessoas, inclusive dados de viagens e transações comerciais por meio de órgãos de imigração e fronteiras, polícia aduaneira e de imigração, guarda costeira, o serviço secreto e outros componentes do Ministério de Segurança Nacional,” disse a reportagem.
“Puxa, o que poderia dar errado nisso?” comentou o blog Conservative Treehouse.
“A partir da descrição, parece que o Ministério de Segurança Nacional vai pagar as ‘grandes empresas de tecnologia’ (Google, Facebook, YouTube, Instagram, Snapchat, Twitter, etc.) por meio de contratos, empregar e organizar equipes de monitoramento interno para ajudar o governo americano, enviando dos cidadãos informações que elas consideram ‘perigosas,’” disse o blog.
“Expanda seu pensamento para o que foi iniciado com o modelo Covid para ‘rastrear contatos’ e você pode ver rapidamente como a proximidade física a um dissidente perigoso, uma pessoa com pensamentos errados — também conhecida como um extremista doméstico — pode fazer com que você também seja rotulado como dissidente… e você é colocado na lista. Em seguida, dê cobertura para os esforços das grandes empresas de grande tecnologia para ajudar o Estado administrativo com um rastro eletrônico de seus hábitos, contatos, telefonemas, mensagens de texto e padrões de internet… e você está na lista.”
A reportagem da NBC citou uma autoridade elevada que disse que o Ministério de Segurança Nacional também está pensando em mudanças na sua lista de monitoramento de terroristas “para ver se há maneiras de alavancá-la para levar em conta viagens internacionais e domésticas de extremistas violentos conhecidos.”
Uma autoridade disse: “A ideia é identificar pessoas que podem, através de seu comportamento nas mídias sociais, ser propensas a influenciar por meio de mensagens tóxicas espalhadas por governos estrangeiros, terroristas e extremistas domésticos. Queremos identificar as narrativas que estão surgindo, avaliar quais narrativas são prováveis para incitar violência, descobrir quais alvos são prováveis e, em seguida, adotar medidas para reduzir o risco.”
A fonte disse que o governo americano está fazendo isso “de uma forma muito cuidadosa que seja consciente da privacidade e liberdades civis, porque está se concentrando em narrativas, não as pessoas.”
O Ministério de Segurança Nacional disse em uma declaração: “O extremismo doméstico violento representa a ameaça mais letal e persistente relacionada ao terrorismo à nossa pátria hoje. Sob a liderança do ministro Mayorkas, o Ministério de Segurança Nacional está trabalhando em estreita colaboração com parceiros federais, estaduais, locais, tribais e não-governamentais para lidar com essa ameaça, e todos os nossos esforços são feitos em estreita coordenação com nossos especialistas de privacidade, direitos civis e liberdades civis.”
A NBC indicou que “usando sofisticadas ferramentas analíticas de computador” para monitorar as pessoas “é provável que desencadeie preocupações entre ativistas de liberdades civis.”
“E, embora os americanos tenham sido entre os que estão nas várias listas de monitoração do governo, uma mudança para restringir a viagem daqueles considerados extremistas domésticos violentos — sem acusá-los de crimes — também é provável que seja controverso,” disse a reportagem.
Rachel Levinson-Waldman do Centro Brennan para a Justiça disse à NBC: “O caso do Ministério de Segurança Nacional é realmente de grande alcance. E dada a urgência do momento, esses períodos não necessariamente se prestam a ser cuidadosos e criteriosos sobre como a informação é coletado e guardada.”
A NBC comentou que o Ministério de Segurança Nacional há muito tempo obtém dados das mídias sociais públicas em busca de informações secretas e foi criticado no ano passado por publicar relatórios de inteligência que incluíam comentários sobre jornalistas americanos cobrindo os tumultos em Portland, Oregon.
A reportagem disse que Chad Wolf, então ministro do Ministério de Segurança Naiconal, fechou o programa de coleta de dados.