Giuliano Di Bernardo é um filósofo e maçon italiano. Iniciado à Maçonaria em 1961, tornou-se Mestre Venerável em 1972. Em 1990 foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente de Itália. Em 1993 demitiu-se para fundar a Grande Loja Regular de Itália, baseada nas lojas caracterizadas pelo uso exclusivo do Rito Inglês Emulation.
Di Bernardo acaba de publica rum livro do qual ninguém sentia falta e, para publicita-lo, concedeu uma entrevista televisiva. Além de profundos e esforçados pensamentos do tipo “O Bem faz bem, o mal não faz Bem”, o que interessa aqui é a visão maçónica da actualidade e do futuro.
Eis a transcrição:
As origens das religiões são motivadas por necessidades económicas, isto é, as religiões não nascem de repente mas nascem porque tinha de ser dada uma resposta às necessidades colocadas pela economia. Então vemos que diferente é a resposta do animismo do politeísmo, do monoteísmo do dualismo para as necessidades económicas. E aqui Marx estava perfeitamente correcto: as mudanças sociais ocorrem quando a estrutura da sociedade muda. E a estrutura da sociedade é dada pela economia. As super-estruturas da filosofia, da ética, da estética são consequências e vêm depois.
Obviamente fala-se aqui de religião não como necessidade espiritual mas como estrutura organizada de poder.
Entrevistadora: Professor, você lida com muitos temas e todos extremamente actuais e interessantes, incluindo aquele da globalização. Para onde vamos, que tipo de fenómeno é?
Di Bernardo: A globalização não é um fenómeno que nasce hoje. Se por globalização entendemos a homogeneização de diferentes grupos de seres humanos no que diz respeito à língua, à cultura, à religião, então temos de ver já uma primeira formulação da globalização na constituição dos reinos. Um povo que fala a mesmo língua, com a mesma cultura e a mesma religião é homogeneizado; e quando mais reinos formam o império tem lugar a maior homogeneização. A globalização não é mais do que um processo de homogeneização das diferenças humanas. Nos últimos tempos a globalização tem tido uma forte aceleração por parte da ciência e das suas aplicações tecnológicas. E isto mudou tudo. O fenómeno da globalização é agora cada vez mais irreversível e por uma simples razão. Se forem a ciência e as aplicações que empurram para a globalização do planeta, poderíamos parar a globalização parando a ciência: pensa que isto seja possível?
A ciência vai continuar e quanta mais ciência houver quanta mais globalização haverá. Iremos chegar a um ponto em que haverá apenas uma sociedade em todo o planeta terra. Então a questão é quem irá governar?
Aqui a entrevistadora faz uma pergunta que só ela consegue entender, na qual enfia tudo (Covid, Homem, Deus) e conclui “Estava a perguntar a mim mesma exactamente isso”. O maçon ignora e continua o raciocínio dele:
Na direcção duma sociedade totalmente globalizada a questão que devemos pôr é: quem irá governar este mundo num futuro previsível? Por razões que expliquei longamente no livro, não pode ser a democracia pois a democracia revela todas as suas fraquezas e todas as suas contradições. A sociedade plenamente globalizada será governado por aquele a quem chamei de “Uno “[como o modelo da Fiat, ndt], mas o que é que isso significa? Isso significa que os fenómenos com que estamos a lidar hoje só poderão encontrar uma solução dentro de uma sociedade governada pelo Uno. A pandemia é um factor adicional de aceleração para a sociedade globalizada porque a pandemia de que estamos a falar hoje não é a excepção, mas a regra.
Devemos esperar, num curto espaço de tempo, outras pandemias que colocarão em risco a sobrevivência da humanidade.
Então temos de encontrar uma forma não de evitar as pandemias mas de controla-las. Temos de ver que formas de governo permitem controlar as pandemias, no que diz respeito ao futuro. Hoje temos uma pequena antecipação no nosso presente representada precisamente pela China. A China, para nós observadores ocidentais quase sempre distraídos, está a criar condições particulares. O Presidente foi eleito para o resto da vida o que significa que para toda ele pode criar o cenário que ele deseja para a China. Não tem, portanto, interrupções proporcionada pela democracia, mas exactamente por causa disso, tendo disponível a ciência, a tecnologia, a inteligência artificial e tudo o que representa o potencial científico, é realmente um deus que pode fazer tudo o que quiser, com poder absoluto.
É por isso que falei de Uno-Deus. Mas o Uno-Deus pode governar com êxito um povo de mil milhões e 400 mil indivíduos também porque estas pessoas não têm uma religião mas uma filosofia prática que é o Confucionismo.
Um vídeo muito instrutivo . O Grande Mestre Di Bernardo confirma, de facto, que o Great Reset é um projecto maçónico, que a ditadura capital-comunista de Pequim é a forma de governo que eles vêem como um modelo e que a maçonaria global chamou todos os seus componentes para se reunirem, desde os judeus sionistas ao modernismo católico de Bergoglio para a criação duma única religião mundial prática e genérica.
Pena que a análise de partida esteja errada. Assimilar os Estados nacionais (que desde a Idade Média unificavam povos unidos apenas pela religião, mas com línguas diferentes: pensemos à Espanha, que unia Castela e Aragão, e à França, que unia as línguas Oc e Oil) e os impérios posteriores à globalização é um erro: as unificações nacionais nasceram organicamente, a partir de uma base natural, só depois foram implementadas por uma vontade política de soberanos que precisavam de maiores forças, muitas vezes unidos contra um inimigo comum (o Islão em Espanha, os ingleses em França).
A globalização prevista pelo Grande Maçon é, ao contrária, puramente artificial, uma homogeneização forçada e antinatural, ao ponto que deve impor-se com uma “pandemia”.
Mas acima de tudo, não é a Ciência que promove a globalização: é o Capital. É o Capital desenfreado que financia a Ciência para que esta possa mover-se na direcção escolhida pelo mesmo Capital. Tem sido o Capital americano de Wall Street a fazer da China a superpotência que é hoje, deslocando para ao Oriente indústrias, conhecimentos científicos e tecnológicos para lucrar com salários muito baixos, roubando conscientemente aos trabalhadores ocidentais o salário “legítimo”.
Uma Maçonaria que não quer reconhecer o seu erro estratégico e por isso quer ser “como a China”: ou seja, redefinir a identidade religiosa e reeducar o povo para um tecno-confucionismo (afinal: uma moralidade social).
Já vimos tudo isso: nos Balcãs, em 1929, onde foi criado um País que nunca tinha existido, a Jugoslávia. Em 1941 já a Jugoslávia tinha deixado de existir e só o regime comunista do Marechal Tito conseguiu manter unida a mistura artificial de etnias, línguas e religiões. Morto Tito, a Jugoslávia manteve-se por vontade soviética mas era só uma questão de tempo; e com a queda do Muro de Berlim, a Jugoslávia partiu-se para sempre.
O caminho é o mesmo: o Vaticano acaba de anunciar a conferência “Explorando a mente, o corpo e a alma: uma iniciativa sanitária global, como a inovação e os novos sistemas de distribuição melhoram a saúde humana”. Com Anthony Fauci, enviados da Pfizer e da Moderna, o chefe de Google Health, Forbes, CBS, CNN, MSNBC, Wall Street Journal, Chelsea Clinton, Cindy Crawford e o guitarrista dos Aerosmith…