China e Rússia firmam acordo para construir usina nuclear na Lua até 2035
Por Administrador
Publicado em 20/05/2025 13:11
TECNOLOGIA

A China e a Rússia assinaram um acordo inédito de cooperação espacial para construir uma usina nuclear na superfície da Lua até o ano de 2035. A parceria, anunciada por agências espaciais dos dois países, tem como objetivo fornecer energia sustentável para futuras bases lunares e missões de longa duração no satélite natural.

O projeto faz parte da chamada Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS), uma iniciativa conjunta entre Moscou e Pequim que visa estabelecer uma presença permanente na Lua. Segundo o diretor da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borisov, o plano é utilizar reatores nucleares compactos para abastecer instalações científicas automatizadas já a partir de 2033, com a instalação completa prevista até 2035.

O chefe da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), Zhang Kejian, destacou que a cooperação sino-russa acelera os avanços rumo à colonização lunar. “A energia nuclear será fundamental para manter equipamentos e habitats funcionando durante as longas noites lunares, que duram cerca de 14 dias terrestres”, afirmou.

Desde 2013, a China vem se consolidando como uma das principais potências espaciais. O país já enviou com sucesso rovers para a Lua e Marte, coletando amostras e testando tecnologias de pouso e perfuração. Em 2019, o rover Chang’e 4 se tornou a primeira missão a pousar no lado oculto da Lua.

Especialistas alertam, no entanto, que o uso de energia nuclear fora da Terra levanta questões éticas, ambientais e geopolíticas, especialmente diante da ausência de regulamentações internacionais claras sobre a militarização do espaço.

Apesar disso, o avanço tecnológico e a parceria sino-russa representam um desafio direto ao domínio dos Estados Unidos na corrida espacial do século XXI. A NASA também possui planos para desenvolver reatores nucleares lunares em parceria com empresas como Lockheed Martin e Westinghouse, mas o cronograma é mais cauteloso.

 

Com a aliança firmada, China e Rússia colocam combustível atômico na nova corrida pela conquista da Lua — agora com ambições cada vez mais permanentes.

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