O empresário e coach Pablo Marçal tornou-se réu na Justiça de São Paulo após ser acusado de colocar 32 pessoas em risco durante uma expedição ao Pico dos Marins, em janeiro de 2022. O processo aponta negligência e desrespeito às orientações técnicas de segurança, agravadas pela decisão de prosseguir com a trilha sob condições climáticas severas, incluindo forte chuva e neblina.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Marçal ignorou alertas das autoridades e guias locais, optando por seguir com o grupo montanha acima, mesmo diante de condições adversas que colocavam em risco a integridade física dos participantes — muitos dos quais inexperientes.

O episódio exigiu o deslocamento de equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, que realizaram o resgate de emergência do grupo após horas de buscas em terreno hostil. Ninguém morreu, mas o caso gerou forte repercussão nacional, especialmente por envolver um influenciador que costuma promover desafios pessoais e jornadas de “superação” como forma de crescimento.

Agora réu por expor pessoas ao perigo iminente, Marçal poderá responder criminalmente pela imprudência. Sua defesa, por ora, alega que os participantes foram por livre e espontânea vontade.

O caso acende um alerta sobre os limites entre motivação pessoal e responsabilidade coletiva, sobretudo quando se trata de figuras públicas que influenciam multidões. O risco da espetacularização da coragem sem prudência, sobretudo em tempos de culto a figuras carismáticas nas redes sociais, não pode ser normalizado.