Mais de 30 países já impuseram algum tipo de restrição à importação de carne de frango do Brasil, após a confirmação de um foco de gripe aviária no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. As medidas, embora variadas, refletem a sensibilidade internacional diante de casos mesmo isolados da doença.

As barreiras comerciais adotadas por esses mercados vão desde restrições localizadas — limitadas ao Estado do Rio Grande do Sul ou ao município afetado — até suspensões mais amplas da importação de frango brasileiro. A maioria das restrições, no entanto, permanece pontual, respeitando as diretrizes internacionais da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que não recomenda a suspensão total do comércio em casos restritos como o registrado.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e abastece cerca de 150 países. Apesar disso, o atual episódio, ainda que isolado, já levanta preocupações sobre a estabilidade e a reputação sanitária da produção nacional. Produtores e lideranças do setor defendem que o governo federal e os órgãos competentes atuem com mais firmeza e agilidade para conter o alarde e garantir aos parceiros comerciais a segurança dos protocolos sanitários adotados no país.

A gripe aviária foi detectada em uma criação de subsistência, sem relação com a cadeia produtiva industrial, o que, segundo representantes do setor, não compromete a qualidade nem a segurança da carne exportada. Mesmo assim, a situação exige atenção, especialmente em um cenário internacional onde barreiras comerciais, muitas vezes, servem a interesses protecionistas disfarçados de preocupação sanitária.

O episódio reacende o debate sobre a necessidade de uma política externa mais proativa na defesa do agronegócio brasileiro, setor que sustenta grande parte da economia nacional e enfrenta, com frequência, resistência velada de mercados concorrentes.