Reino Unido anuncia maior exercício de resposta a pandemias de sua história
Iniciativa governamental busca fortalecer resiliência nacional após recomendações da investigação sobre a Covid-19
Por Administrador
Publicado em 12/07/2025 16:12
SAÚDE

O governo do Reino Unido anunciou a realização do maior exercício nacional de resposta a pandemias já conduzido no país, programado para o outono de 2025. A medida, liderada pelo Gabinete do Governo e envolvendo milhares de participantes de diversos setores, visa testar capacidades, planos e procedimentos em caso de uma nova crise sanitária, incorporando lições aprendidas com a pandemia de Covid-19.

O exercício, batizado como Exercise Pegasus, será o primeiro de grande escala em quase uma década e envolverá departamentos governamentais, serviços de emergência, fóruns locais de resiliência e governos devolvidos da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Ele ocorrerá em várias etapas ao longo de vários meses, com foco em simulações realistas de surtos pandêmicos, incluindo testes de protocolos de resposta, identificação de vulnerabilidades e suporte a grupos mais afetados, como idosos e pessoas com deficiências.

 

Entre as inovações, está a criação de uma ferramenta de vulnerabilidade de risco, desenvolvida pelo Gabinete do Governo em parceria com o Escritório Nacional de Estatísticas, que mapeia áreas e populações suscetíveis a impactos desproporcionais. Além disso, o governo planeja treinar mais de 4 mil profissionais de resiliência e emergência anualmente por meio da Academia de Resiliência do Reino Unido, com início em abril de 2025.

 

O exercício também incluirá um teste nacional do Sistema de Alerta de Emergência, que envia notificações para dispositivos móveis, já utilizado em situações como tempestades recentes.

 

A decisão surge em resposta ao relatório do Módulo 1 da Investigação sobre a Covid-19, presidida pela Baronesa Hallett, que concluiu que o Reino Unido estava "mal preparado" para a pandemia, com falhas em resiliência e planejamento. O relatório recomendou exercícios regulares a cada três anos, publicação de relatórios de lições aprendidas e a criação de um arquivo online centralizado para planos de emergência.

 

 

O chanceler do Ducado de Lancaster, Pat McFadden, enfatizou a necessidade de aprender com erros passados, afirmando que "não podemos nos dar ao luxo de repetir os mesmos equívocos", e destacou que o planejamento deve considerar que crises futuras podem diferir da Covid-19. Países como o País de Gales já confirmaram participação plena, com a formação de grupos de coordenação para garantir envolvimento local e nacional.

 

A anúncio foi recebido positivamente por especialistas em saúde pública, que veem na iniciativa um passo essencial para melhorar a preparação, especialmente após exercícios históricos como o Cygnus de 2016, que identificou deficiências em ventiladores e logística. No entanto, analistas alertam que, embora o exercício seja abrangente, ele deve ser complementado por reformas radicais no sistema de emergências civis, como simplificação de estruturas e maior envolvimento de equipes externas para desafiar o pensamento grupal.

 

 

Setores da sociedade civil, incluindo organizações de saúde, destacam a importância de incluir o apoio a grupos vulneráveis, que foram desproporcionalmente afetados durante a Covid-19. Críticos observam que o foco em pandemias não deve ofuscar outras ameaças, como emergências climáticas ou cibernéticas.

 

 

O exercício representa um compromisso com a resiliência de longo prazo, com resultados e lições a serem publicados conforme recomendado pela investigação. Ele pode influenciar negociações internacionais, como o Acordo de Pandemias da OMS, e reforçar a cooperação entre nações do Reino Unido. Especialistas enfatizam que, para ser eficaz, o processo deve priorizar transparência e ações concretas, garantindo que o país esteja melhor equipado para proteger vidas e economias em futuras crises.

 

 

 

 

 

 

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!