O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que Jair Bolsonaro está terminantemente proibido de conceder entrevistas ou manifestações públicas que sejam transmitidas, retransmitidas ou publicadas em redes sociais. A decisão inclui o veto ao uso de contas de terceiros, impedindo que aliados, apoiadores ou canais independentes usem suas plataformas digitais para difundir qualquer declaração, entrevista ou conteúdo do ex-presidente. Em caso de descumprimento, Moraes foi claro: a prisão pode ser decretada de imediato.
A medida vem em resposta ao entendimento do STF de que o uso estratégico das redes sociais por Bolsonaro constituiu parte central das investigações sobre suposta articulação contra as instituições e incentivo a atos antidemocráticos. O ministro reforçou que, mesmo em entrevistas concedidas a portais, podcasts ou programas transmitidos ao vivo por redes de apoiadores, a ordem judicial é de censura absoluta a toda veiculação digital.
A decisão foi reiterada após Bolsonaro cancelar uma entrevista que seria exibida ao vivo na internet, demonstrando o rigor das restrições. Moraes também proibiu o ex-presidente de se comunicar com outros investigados por redes sociais direta ou indiretamente, e advertiu que violações podem resultar em suspensão de benefícios cautelares, agravamento de penas e até prisão preventiva.
A censura imposta revela o clima tenso do cenário político nacional, aprofundando o isolamento digital de Bolsonaro e limitando fortemente sua capacidade de mobilização junto à base. Enquanto vigorarem as investigações e processos no Supremo, Bolsonaro permanece sob monitoramento judicial e fora do ambiente digital, sob o peso de uma proibição inédita na história recente da República.