A crise humanitária em Gaza atingiu novo patamar após militares israelenses atacarem nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025, a residência de funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Deir al-Balah e destruírem o principal armazém de ajuda humanitária da agência. O episódio foi detalhado por comunicado oficial da OMS, gerando ondas de preocupação na comunidade internacional por comprometer severamente a proteção de civis, o trabalho de equipes humanitárias e o funcionamento já precário do sistema de saúde local.
Segundo relatos, a residência foi atacada três vezes. Militares israelenses invadiram as instalações, obrigando mulheres e crianças a evacuar a pé em meio ao risco de novos combates. Funcionários homens e familiares foram algemados, despidos, interrogados e rastreados sob ameaça armada, em procedimento que transgride protocolos internacionais de proteção a agentes humanitários e civis em zonas de conflito. Pelo menos quatro pessoas — incluindo dois funcionários da OMS e dois familiares — foram detidas; três foram liberadas, mas um colaborador permanece preso pelas autoridades de Israel.
No mesmo contexto, o principal armazém da OMS em Gaza foi seriamente danificado por explosões, tornando-se inutilizável. O depósito centralizava suprimentos médicos, medicamentos e equipamentos essenciais para hospitais, ambulâncias e equipes de socorro em toda a região. Sem essa estrutura, mais de 32 funcionários e familiares tiveram de ser evacuados, e a quantidade de recursos disponíveis para atendimentos emergenciais colapsou. A OMS, além de exigir a liberação imediata dos detidos, alertou que o ataque compromete a capacidade da agência de responder à crise sanitária e pode resultar em mortes evitáveis por falta de insumos básicos.
O diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus reforçou que ataques deliberados a profissionais e instalações humanitárias representam grave violação do Direito Internacional Humanitário, apelando por cessar-fogo imediato e respeito integral à proteção de civis e trabalhadores da saúde. Com hospitais lotados, infraestrutura de saúde à beira do colapso e suprimentos quase esgotados, a situação torna-se cada vez mais crítica a cada nova ofensiva.
O episódio reacende o debate sobre os limites das operações militares em áreas densamente povoadas e a importância inegociável do trabalho de organizações internacionais em contextos de grave emergência sanitária. Sem acesso seguro e liberdade de atuação para entidades como a OMS, o risco de tragédia humanitária só aumenta na Faixa de Gaza.