A cidade de São Francisco, no Norte de Minas Gerais, declarou situação de emergência em saúde pública após registrar mortes fulminantes em membros de uma mesma família, além do aumento expressivo no número de pessoas com sintomas respiratórios e hemorrágicos. O caso chamou atenção das autoridades municipais, estaduais e federais, que realizam investigação conjunta para identificar a origem da doença, classificada como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de causa ainda desconhecida.
Segundo a prefeitura, duas pessoas morreram em curto intervalo após apresentar sintomas graves, enquanto outro familiar foi internado e recebeu alta. Várias outras pessoas seguem sob monitoramento, sendo que dezenas apresentaram sintomas semelhantes após participarem de eventos sociais realizados entre os dias 23 e 27 de junho, na zona rural e urbana da cidade.
Exames preliminares indicam que a influenza pode ser a causa provável dos óbitos, principalmente em indivíduos que não haviam sido vacinados, mas outras infecções como rinovírus, parainfluenza e vírus sincicial respiratório também foram detectadas. Ainda assim, a investigação segue em curso para descartar outras hipóteses e identificar possíveis agentes associados à rápida evolução da doença.
A situação é agravada pela baixa cobertura vacinal na população local, o que eleva o risco de disseminação e alta letalidade. O sistema de saúde municipal já enfrenta dificuldades, com limitação de leitos hospitalares e pressão crescente sobre os serviços de urgência, especialmente na pediatria.
Para conter o avanço da doença, as autoridades adotaram medidas de prevenção, como higienização das residências dos casos suspeitos, limpeza da vizinhança e unidades de saúde, obrigatoriedade do uso de máscara em hospitais e na rede pública, além da orientação para que a população mantenha a calma e adote cuidados básicos contra infecções respiratórias.
A Secretaria de Saúde municipal recomenda que moradores com sintomas como febre, tosse, dor de garganta ou cansaço evitem sair de casa, usem máscaras, mantenham ambientes ventilados e busquem atendimento médico imediato diante de sinais de agravamento, como falta de ar ou febre persistente.
Com a emergência decretada, a prefeitura terá autonomia para contratar profissionais, adquirir insumos e ampliar a capacidade de atendimento rapidamente, sem burocracias, visando prevenir novos casos e fatalities.
O Ministério da Saúde acompanha o caso de perto, considerando o surto um Evento de Importância para a Saúde Pública (EISP). Especialistas ressaltam a importância do monitoramento rigoroso e da vacinação em massa para conter o avanço da doença e evitar que a situação se agrave.
Esta crise destaca a necessidade de vigilância contínua para doenças respiratórias, sobretudo em regiões vulneráveis, reforçando desafios de saúde pública no pós-pandemia. A população segue em alerta e as investigações continuam em busca de respostas que possam amenizar os riscos e garantir segurança à comunidade local.