Pela primeira vez, especialistas da NASA e de outras instituições conseguiram alcançar de forma bem-sucedida o transporte quântico de longa distância. Eles transferiram de modo instantâneo unidades básicas de informação quântica (chamadas qubits) por 44 quilômetros de fibra óptica entre dois pontos diferentes. A tecnologia poderá ser usada para desenvolver um serviço quântico de internet que revolucionaria o armazenamento de dados e a computação em geral.
Esse tipo de teletransporte não envolve a transferência real de matéria, mas de qubits, a unidade básica da informação quântica. Segundo os pesquisadores, o teletransporte quântico é uma transferência "desencarnada" de estados quânticos de um local para outro. Ele é alcançado usando uma técnica chamada emaranhamento quântico, na qual duas ou mais partículas são inextricavelmente ligadas entre si. Se um par de partículas emaranhadas é compartilhado entre dois locais separados, não importa a distância entre eles, a informação codificada é teletransportada.
Uma das autoras do estudo, María Spiropulu, informou que a pesquisa já havia alcançado bons resultados há vários meses, mas nenhuma notícia foi divulgada até que se chegassem a conclusões importantes para seu uso em aplicações práticas. Em nota, os especialistas garantiram que os novos resultados oferecem bases realísticas para a criação de uma internet quântica de alta fidelidade.
O avanço é notável por alguns motivos. Experiências anteriores apresentaram resultados instáveis no teletransporte quântico em longas distâncias. Durante uma delas, apenas seis quilômetros foram alcançados. O objetivo final dos pesquisadores é criar redes quânticas que usem a tecnologia para aumentar enormemente a velocidade, a potência e a segurança da computação em relação ao que é possível atualmente. As redes quânticas podem trazer avanços para a criptografia, algoritmos de busca e serviços financeiros, além de produzir simulações quânticas de fenômenos complexos.