Adhanom afirma ainda que existe também um risco claro de maior disseminação internacional, embora o risco de interferência no tráfego internacional permaneça baixo no momento.
O que faz a OMS em uma emergência de saúde global?
Em geral, a OMS colabora com as autoridades de saúde dos países-membros para evitar a propagação da doença, em ações como vigilância, atendimento clínico, comunicação de risco, diagnóstico laboratorial e resposta para prevenir novas infecções.
Quais foram as recomendações da OMS para a varíola dos macacos?
A organização dividiu os membros em quatro grupos, de acordo com a situação epidemiológica da varíola dos macacos.
- Grupo 1: sem histórico da doença na população humana ou sem ter detectado um caso de varíola por mais de 21 dias;
- Grupo 2: com casos recentes e importados na população humana e/ou de outra forma com transmissão de humano para humano do vírus, inclusive em população-chave e comunidades com alto risco de exposição;
- Grupo 3: com transmissão zoonótica conhecida ou suspeita de varíola dos macacos, incluindo no passado; em que a presença do vírus foi documentada em qualquer espécie animal; e aqueles em que a infecção de países de espécies animais pode ser suspeita;
- Grupo 4: com capacidade de fabricação para defesas médicas.
No Grupo 1, a OMS pede principalmente que ativem mecanismos de coordenação multissetoriais para fortalecer a resposta e interromper a transmissão de humano para humano. Pede também treinamento a equipes médicas e que coloquem em prática mecanismos para impedir a estigmatização de doentes.
O Grupo 2, de situação mais preocupante, a OMS recomenda o mesmo do primeiro grupo, mas com metas de interrupção de transmissão, de proteção de grupos vulneráveis e de monitoramento do vírus. Até mesmo protocolos de tratamentos clínicos e de viagens devem ser estabelecidos para conscientizar a população dos riscos.
Para o Grupo 3, pede a coordenação colaborativa de saúde pública, veterinária e de vida selvagem para gerenciar o risco de transmissão de animais para humanos. Além disso, que os países realizem investigações e estudos detalhados de casos para caracterizar os padrões de transmissão e compartilhe as descobertas com a OMS.
Do Grupo 4, a orientação é aumentar a produção e a disponibilidade de medicamentos e vacinas, além de trabalhar com a OMS para garantir abastecimento a custo razoável para os países mais necessitados.
Se a varíola dos macacos não é uma doença nova, o que mudou?
A OMS afirma que, desde o início de maio de 2022, casos de varíola dos macacos foram relatados em países onde a doença não é endêmica (nativa, ou de transmissão comunitária), além de ser relatada em vários países endêmicos.
“A maioria dos casos confirmados com histórico de viagens relatou viagens para países da Europa e América do Norte, em vez da África Ocidental ou Central, onde o vírus da varíola dos macacos é endêmica”, diz o comunicado da OMS.
Segundo a organização, esta é a primeira vez que muitos casos foram relatados simultaneamente em países não-endêmicos, em áreas geográficas amplamente díspares.
Quais os sintomas da varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma doença viral que costuma causar erupções na pele, que se espalham pelo corpo.
Veja os sintomas iniciais mais comuns:
- .febre;
- .dor de cabeça;
- .dores musculares;
- .dor nas costas;
- .gânglios (linfonodos) inchados;
- .calafrios;
- .exaustão.
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.