À medida que o fim do atual governo se aproxima, quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá tomar posse em 1° de janeiro de 2023, aumentam também as especulações sobre uma possível reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o apoio dos evangélicos e outros.
Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, por exemplo, o ex-assessor do ex-presidente americano Donald Trump, Steve Bannon, aparece em um evento do Partido Republicano, nos Estados Unidos, conversando com o jornalista Matthew Tyrmand.
Bannon se tornou uma das figuras mais polêmicas no decorrer das eleições americanas. Ele chegou a ser condenado este ano a 4 meses de prisão, por exemplo, após ter sido acusado de não colaborar na investigação envolvendo a invasão ao Capitólio ocorrida em 6 de janeiro de 2021, segundo o G1.
Na conversa com o ex-guru da Casa Branca, Tyrmand afirma que o Brasil tem se mobilizado fortemente, com o apoio dos evangélicos, e cristãos em geral, para não deixar com que o país vire uma “Venezuela” nas mãos do futuro governo Lula.
Tyrmand foi além, dizendo que o Superior Tribunal Militar (STM) brasileiro teria dado um ultimato ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, para a entrega de informações supostamente necessárias para atestar a lisura das eleições 2022.
O jornalista americano alegou ainda que uma “fonte” sua teria lhe dito que o atual governo deverá acionar as Forças Armadas nos próximos dias. Essas informações, contudo, não foram confirmadas por fontes oficiais no Brasil.
Silêncio
Desde que o TSE anunciou a vitória de Lula em 30 de outubro passado, o presidente Jair Bolsonaro vem evitando falar com os seus apoiadores e não se dirigiu em nenhum momento à imprensa, salvo em um curtíssimo discurso de agradecimento pelos votos que obteve.
Desde então, sem reconhecer explicitamente a sua derrota eleitoral, Bolsonaro vem mantendo o silêncio. O presidente, contudo, não deu indicativos de que acionará as Forças Armadas. Em vez disso, autorizou o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a dar início a transição governamental em seu nome.
Apoiadores do presidente que estão nas ruas protestando há quase dois meses, por outro lado, ainda nutrem a expectativa de que Bolsonaro poderá reagir a qualquer momento.