EUA Consideram Envolvimento no Conflito Israel-Irã Enquanto Alertas Internacionais Crescem
Trump avalia apoio militar a Israel contra instalações nucleares iranianas, enquanto Rússia adverte sobre riscos de instabilidade regional e nuclear.
Por Administrador
Publicado em 19/06/2025 00:07
MUNDO

O conflito entre Israel e Irã, que se intensificou nos últimos dias com trocas de ataques aéreos e retaliações, ganhou um novo contorno com a possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump, segundo fontes próximas às discussões internas, está avaliando opções que incluem a colaboração com Israel em ataques contra instalações nucleares iranianas, como o secreto complexo de Fordo, enterrado sob uma montanha e considerado fora do alcance das capacidades militares israelenses sem apoio americano. Essa decisão, ainda não confirmada, reflete a gravidade da ameaça percebida pelo programa nuclear iraniano, que Israel alega representar um risco existencial.

 

Os EUA já demonstraram apoio logístico ao deslocar aviões-tanque militares para a Europa e reposicionar um porta-aviões na região, além de enviar caças e bombardeiros stealth B-2 para áreas próximas, conforme reportado por fontes militares. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, destacou que a prioridade é proteger as forças americanas no Oriente Médio, reforçando a postura defensiva diante das crescentes ameaças à segurança na região. Trump, no entanto, mantém cautela, indicando que aguarda sinais de recuo do Irã em relação às suas ambições nucleares antes de autorizar qualquer ação ofensiva.

 

Enquanto isso, a retórica beligerante de Teerã não dá sinais de arrefecimento. O líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, declarou em discurso televisionado que qualquer intervenção dos EUA será respondida com "dano irreparável", afirmando que o Irã "nunca se renderá" e que "guerra será respondida com guerra". Essa postura desafiadora vem após Trump exigir a rendição incondicional dos líderes clericais iranianos, alertando que a paciência americana está se esgotando.

 

Do outro lado do espectro diplomático, a Rússia emitiu um alerta contundente contra a participação americana no conflito. O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, afirmou que tal ação "desestabilizaria radicalmente" o Oriente Médio, enquanto a porta-voz Maria Zakharova acusou Israel de arriscar uma catástrofe nuclear ao atacar instalações iranianas, citando danos estruturais confirmados pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Zakharova também questionou o silêncio da comunidade internacional sobre os riscos de radiação, comparando a situação ao desastre de Fukushima. Apesar das críticas, o presidente russo Vladimir Putin ofereceu mediação, tendo discutido a crise com Trump em uma recente ligação telefônica.

 

Do ponto de vista estratégico, a possibilidade de envolvimento dos EUA é vista por alguns aliados como necessária para conter a ameaça iraniana, especialmente considerando que Israel, mesmo com tecnologia avançada, carece de recursos como bombas bunker-busting de 30 mil libras e bombardeiros B-2, disponíveis apenas no arsenal americano. Figuras influentes no Partido Republicano, como o senador Lindsey Graham, defendem um compromisso total dos EUA, argumentando que deixar o programa nuclear iraniano intacto seria desastroso. Por outro lado, analistas alertam que uma intervenção americana poderia fechar portas diplomáticas e acelerar a corrida do Irã por armas nucleares.

 

Enquanto o conflito entra em seu sexto dia, com centenas de mortos de ambos os lados — 24 em Israel e pelo menos 224 no Irã, segundo números oficiais, embora relatórios independentes apontem para até 585 vítimas iranianas —, a evacuação de pessoal de embaixadas americanas em Israel já começou, sinalizando a gravidade da situação. O fechamento do Aeroporto Ben Gurion e a incerteza sobre a assistência a cidadãos americanos no país reforçam o clima de tensão.

 

A posição dos EUA, sob a liderança de Trump, parece guiada por uma visão de força e contenção de ameaças globais, priorizando a segurança de Israel, um aliado histórico, e a estabilidade estratégica no Oriente Médio. No entanto, os riscos de uma escalada para um conflito regional mais amplo, como advertido pela Rússia, não podem ser ignorados. A comunidade internacional observa com apreensão os próximos passos de Washington, enquanto o mundo se equilibra à beira de uma crise de proporções imprevisíveis.

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