FIM DA INTERNET NO IRÃ
MUNDO
Publicado em 09/10/2020

Desligamento da internet no Irã é um plano para quebrar a web mundial

Governo tem interrompido sinais de empresas de internet desde o ano passado; rede interna controlada deverá ser alternativa

Desde o ano passado, o governo do Irã tem deixado pistas de sua possível intenção de desconectar o país, ou seja, tirar a internet de seus cidadãos. Tudo começou quando manifestantes contra administração de Hassan Rouhani utilizaram de aplicativos de mensagens e outros apps para marcar protestos no país. Agora, uma nova pesquisa revela que o Irã tem passado por um apagão de conexão, onde dezenas de milhões de pessoas perderam a conectividade e ficaram à mercê de uma rede local controlada. O estudo é da organização de direitos humanos Article 19.

A suspeita é que a rede alternativa de internet esteja sendo desenvolvida no Irã há pelo menos uma década. O apoio de empresas de internet também ajudou o governo a obstruir o fluxo de conexão e criar um ecossistema de serviços online. Como justificativa para a ação, o país tem argumentado pela segurança nacional, mas é fato que todo o esquema também pode ter sido impulsionado por sanções aplicadas pelos Estados Unidos, o que impede que empresas de tecnologia façam negócios no Irã de forma legal.

Apesar de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter deixado claro, desde 2016, ser contra qualquer maneira de restringir ou bloquear acesso à informação em qualquer país por parte de seus governos, o Irã continua sua empreitada rumo à desinformação e desconexão. Vale destacar ainda que a interrupção da internet no país já assumiu várias formas, como bloqueios de serviços como mídia social ou mesmo um desligamento total.

De qualquer maneira, com a consolidação da nova rede de internet, o país torna-se totalmente autônomo para firmar o controle sobre seus internautas. “O Irã provou que está mais avançado do que qualquer outro país disposto a encerrar a internet”, disse Amir Rashidi, diretor de direitos digitais e segurança da organização de direitos humanos Miaan.

 

Já Mahsa Alimardani, um dos autores da pesquisa do Article 19 e acadêmico do Oxford Internet Institute, define o desligamento da internet no Irã como o culminar de políticas, desenvolvimento tecnológico e controle centralizado.

Desligamentos em 2019

A maioria dos moradores do Irã percebeu o início do desligamento das conexões em 17 de novembro do ano passado, quando grande parte dos provedores de internet (ISPs) tiveram seus sinais cortados. Outras regiões do país já passavam por instabilidade algum tempo antes disso. De acordo com a pesquisa do Article 19, os ISPs receberam um aviso da Autoridade Reguladora de Comunicações do Irã para que interrompessem seus serviços. Acredita-se que esta disposição tenha vindo do Conselho de Segurança Nacional do país. 

Em 16 de setembro, horas após dos aumentos nos preços dos combustíveis, outro motivo para os protestos do ano passado no país, um grupo que monitora desligamentos de internet mapeando endereços IP em tempo real registrou queda de 7% na conectividade no Irã. O coletivo descreveu a ação como a “desconexão mais severa” que já havia rastreado em qualquer outro país por sua “complexidade técnica e amplitude”.

Diante da comoção e suspeitas do que teria motivado o desligamento, o governo iraniano negou o fechamento das conexões, mas justificou segurança nacional. “A internet não foi interrompida, mas os fornecedores de serviços foram instruídos para cortá-la pelo Conselho de Segurança Nacional”, disse na época o ministro de tecnologia do país, Mohammad-Javad Azari Jahromi.

Inícios dos desligamentos

Há registros de que o primeiro desligamento de internet no país tenha ocorrido a primeira vez em 2009. Mas de acordo com um pesquisador do Article 19 que tem conhecimento da infraestrutura técnica do Irã, a ação teria dado errado. “Eles entraram correndo e começaram a cortar coisas, mas o problema era que muitas conexões e serviços cruciais também foram desconectados”, afirmou. Desta forma, bancos pararam de funcionar, assim como embaixadas inteiras e companhias de navegação de carga internacional.

Em 16 de setembro, horas após dos aumentos nos preços dos combustíveis, outro motivo para os protestos do ano passado no país, um grupo que monitora desligamentos de internet mapeando endereços IP em tempo real registrou queda de 7% na conectividade no Irã. O coletivo descreveu a ação como a “desconexão mais severa” que já havia rastreado em qualquer outro país por sua “complexidade técnica e amplitude”.

Diante da comoção e suspeitas do que teria motivado o desligamento, o governo iraniano negou o fechamento das conexões, mas justificou segurança nacional. “A internet não foi interrompida, mas os fornecedores de serviços foram instruídos para cortá-la pelo Conselho de Segurança Nacional”, disse na época o ministro de tecnologia do país, Mohammad-Javad Azari Jahromi.

Inícios dos desligamentos

Há registros de que o primeiro desligamento de internet no país tenha ocorrido a primeira vez em 2009. Mas de acordo com um pesquisador do Article 19 que tem conhecimento da infraestrutura técnica do Irã, a ação teria dado errado. “Eles entraram correndo e começaram a cortar coisas, mas o problema era que muitas conexões e serviços cruciais também foram desconectados”, afirmou. Desta forma, bancos pararam de funcionar, assim como embaixadas inteiras e companhias de navegação de carga internacional.

 

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