Washington, 2 dez 2021 (AFP) - Os Estados Unidos, Canadá e seus aliados europeus ampliaram as sanções contra Belarus nesta quinta-feira (2), impondo restrições a personalidades e entidades governamentais acusadas de violar os direitos humanos e apoiar o "tráfico de migrantes".
As sanções têm como alvo altos funcionários de segurança e justiça, figuras proeminentes dos meios de comunicação, um filho do líder bielorrusso Alexander Lukashenko, empresas relacionadas à defesa e um grande exportador de fertilizantes.
O Tesouro dos Estados Unidos também restringiu a negociação de parte da dívida soberana bielorrusa por parte de entidades americanas.
As sanções ocorrem em resposta aos "ataques contínuos aos direitos humanos e liberdades fundamentais em Belarus, desrespeito pelas normas internacionais e os repetidos atos de repressão", sublinhou uma declaração conjunta dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e União Europeia (UE).
O texto exige que o governo de Lukashenko "pare imediatamente e por completo de orquestrar a migração irregular através de suas fronteiras com a UE".
"Pedimos que o governo liberte incondicionalmente e sem demora seus quase 900 presos políticos e acabe com sua campanha de repressão", acrescentou.
O Ocidente acusa o governo Belarus de ter organizado uma onda migratória, emitindo vistos e transportando os migrantes para as fronteiras da Polônia e, em menor medida, da Lituânia, em resposta às sanções contra o governo de Alexander Lukashenko pela repressão de manifestações.
- "Propagandistas" na mira -Entretanto, o Jornal Oficial da União Europeia (DOUE) publicou nesta quinta-feira uma lista de 17 funcionários e 11 entidades bielorrussas incluídas no seu pacote de sanções.
Em nota, o Conselho Europeu informou que esta extensão das sanções "se destina a membros proeminentes do poder judicial, incluindo a Suprema Corte Tribunal e o Comitê de Controle do Estado, assim como aos meios de propaganda".
Foram incluídos na lista oficiais militares bielorrussos ligados ao serviço de fronteira, dois juízes da Suprema Corte e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, entre outros.
Também foram sancionados a companhia aérea Belavia e a companhia de fretamento de aviões Cham Wings Airlines, responsável pela transferência de migrantes para o território de Belarus.
Duas operadoras de turismo e duas empresas hoteleiras também estão incluídas na lista, devido ao seu papel na obtenção de vistos, trânsito e recepção de migrantes.
Até esta quinta-feira, a lista de sanções da UE já contava com 166 nomes, incluindo o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e seus dois filhos, além de 15 entidades vinculadas ao seu governo.
Por outro lado, o Reino Unido nomeou vários jornalistas de destaque, classificados como "propagandistas" do governo de Lukashenko, e também incluiu na lista de sanções Belaruskali, um dos maiores produtores mundiais de fertilizantes de potássio, uma das principais fontes de receita cambial para o país.
"Essas sanções continuam mirando em importantes fontes de renda do governo de Lukashenko e impõem severas restrições aos responsáveis de alguns dos piores atos antidemocráticos em Belarus", declarou a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss.
Washington expressou que suas sanções apontam para o "contrabando de migrantes e a vitimização dos mesmos".
Acrescentou em sua lista de sancionados várias empresas da Defesa, a empresa bielorrussa Potash, que se encarrega das exportações de Belaruskali, e Dmitry Lukashenko, o segundo filho do presidente, que dirige o Clube Esportivo Presidencial e a que foi acusado pelo Tesouro americano de fazer "parte de uma suposta trama de corrupção".
"As medidas de hoje provam nossa determinação inabalável de agir contra um governo brutal que reprime cada vez mais os bielorrussos, dificulta a paz e a segurança da Europa e continua abusando das pessoas que só querem viver em liberdade", declarou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um comunicado.
Essa é a quinta rodada de sanções coordenadas contra Belarus, as quais impõem o congelamento de ativos e restrições às viagens e negócios das pessoas afetadas. As sanções dos EUA tentam deixar os nomeados, tanto empresas quanto indivíduos, fora do sistema financeiro mundial.