Autoridades do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, investigam o desaparecimento de 27 toneladas de nitrato de amônio, um produto químico usado em explosivos. O componente, segundo a fabricante de bombas de mineração Dyno Nobel, era transportado dentro de um trem que partiu de Wyoming rumo à Califórnia no mês passado.

Segundo um relatório da Dyno Nobel, o material — que era levado em um vagão fechado — caiu pela linha ferroviária, quando ia da cidade de Cheyenne, em Wyoming, para Saltdale, na Califórnia, uma viagem de 1,3 mil quilômetros.

O vagão foi encontrado vazio ao chegar a uma parada ferroviária duas semanas depois, segundo a Mojave Desert, empresa que fazia o transporte da carga de explosivos.

Usado como fertilizante, o nitrato de amônia também faz parte da composição de bombas, como a que foi utilizada no ataque terrorista que destruiu um prédio do governo norte-americano em Oklahoma, em 1995. O produto químico também foi o causador da explosão que atingiu a região portuária de Beirute, capital do Líbano, em 2020. Na ocasião, 200 pessoas morreram.

“O vagão estava lacrado quando saiu das instalações de Cheyenne e os lacres ainda estavam intactos quando chegou a Saltdale. A avaliação inicial é que um vazamento pelo portão inferior do vagão pode ter se desenvolvido no trânsito da carga”, declarou um porta-voz da empresa.

No entanto, a Administração Ferroviária Federal dos Estados Unidos diz que a investigação indica que um dos portões do vagão não estava fechado por completo.

A Dyno Nobel afirmou que a viagem durou duas semanas e incluiu várias paradas. A empresa disse que tinha “controle limitado” sobre o vagão e que ele foi levado de volta para Wyoming para uma inspeção.

A companhia de explosivos comunicou, ainda, que espera entender como a remessa foi perdida e trabalhará para evitar que algo semelhante aconteça novamente.

Em 23 de outubro de 2023, o Congresso norte-americano aprovou Lei de Manuseio Seguro de Nitrato de Amônio para regulamentar a venda e transferência do componente químico. A medida visava evitar o uso do elemento em novos ataques de terroristas.