OMS aprova acordo para pandemias sem os EUA e com poder ampliado sobre vacinas e insumos
Por Administrador
Publicado em 21/05/2025 09:01
MUNDO

 

Após três anos de tratativas intensas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta semana, um acordo internacional para a prevenção e coordenação de respostas em futuras pandemias. O documento foi aprovado por 124 países, com 11 abstenções — incluindo de Israel, Rússia e Itália. Curiosamente, os Estados Unidos não enviaram representantes à votação, refletindo sua posição crítica em relação à atual gestão da agência.

O texto visa estabelecer um sistema de cooperação global que facilite o acesso e o compartilhamento de vacinas, medicamentos, insumos e dados científicos em situações de emergência sanitária. A promessa é acelerar a troca de informações sobre patógenos emergentes, permitindo decisões rápidas em escala global.

“O acordo representa um avanço para a saúde pública, a ciência e a ação conjunta entre nações”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nome fortemente criticado por sua condução política durante a pandemia de Covid-19.

A iniciativa nasce após o evidente fracasso de coordenação internacional durante a crise da Covid-19, especialmente no que diz respeito ao acesso de países em desenvolvimento a vacinas e equipamentos médicos, enquanto nações ricas concentravam a maioria dos recursos.

Pelo novo pacto, empresas farmacêuticas que optarem por aderir ao mecanismo proposto deverão disponibilizar à OMS até 20% de sua produção de vacinas, medicamentos e testes diagnósticos em tempo real — sendo metade desse total destinada a doações e o restante ofertado a preços "acessíveis", segundo o texto.

Apesar da aprovação, os detalhes operacionais do acordo ainda serão negociados nos próximos dois anos. Para que entre em vigor, é necessário que pelo menos 60 países ratifiquem o tratado.

O documento também reforça a estratégia da "Saúde Única", integrando vigilância de doenças humanas, animais e ambientais — abordagem que tem gerado críticas por abrir espaço para intervenções mais amplas da OMS nos sistemas de saúde nacionais.

O avanço da proposta ocorre em meio à debilidade orçamentária da OMS e ao anúncio da saída definitiva dos EUA da organização até 2026, como decidido pelo ex-presidente Donald Trump, que denunciou a influência política da China na condução da entidade.

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