Portugal adotará, a partir das próximas semanas, um novo sistema de controle de entrada no país que deve impactar diretamente a fluidez nas fronteiras. A medida faz parte de uma diretriz mais ampla da União Europeia e prevê a coleta de dados biométricos — como impressão digital e reconhecimento facial — de todos os viajantes de fora do bloco, incluindo brasileiros.
A expectativa é que o processo, além de aumentar o tempo de passagem nos aeroportos e fronteiras terrestres, provoque filas e atrasos, especialmente nos períodos de alta temporada. O governo português alega que a iniciativa visa reforçar a segurança interna e o controle migratório, diante de um cenário europeu cada vez mais sensível à entrada desordenada de estrangeiros.
Especialistas alertam que o novo sistema, chamado Entry/Exit System (EES), pode prejudicar o turismo — setor vital para a economia portuguesa — e dificultar a entrada de visitantes frequentes que, até então, se beneficiavam da agilidade nos trâmites.
O endurecimento no controle coincide com o avanço de políticas migratórias mais rígidas em toda a Europa, pressionada pelo aumento de fluxos migratórios irregulares, tensões geopolíticas e o crescimento da insegurança pública em várias capitais do continente.
Com a implementação, Portugal reforça sua adesão às diretrizes do bloco europeu, mas coloca em xeque a eficiência do sistema frente à realidade dos aeroportos já sobrecarregados e de infraestrutura limitada para este tipo de controle de massa.