Os Estados Unidos aprovaram nesta quarta-feira, 9 de julho, um acordo comercial que estabelece tarifa zero para 80% das exportações argentinas. O pacto, celebrado entre os governos de Donald Trump e Javier Milei, representa uma vitória estratégica para a Argentina e sinaliza uma reconfiguração nas relações comerciais da América do Sul com a maior potência mundial.
Detalhes do Acordo
: O acordo contempla cerca de 100 produtos argentinos, com destaque para alimentos, commodities agrícolas, energia, lítio e itens industrializados.
: Setores considerados sensíveis pelos americanos, como aço e alumínio, continuarão sujeitos a tarifas de até 50%, sob justificativa de segurança nacional.
: Produtos não contemplados pela isenção terão taxação reduzida, de apenas 10%.
: O acordo entra em vigor ainda neste semestre e deve impulsionar as receitas externas da Argentina em um momento de ajuste fiscal e busca por recuperação econômica.
A decisão dos EUA ocorre em meio a uma política comercial mais agressiva, que recentemente impôs sobretaxas de ao menos 10% sobre parceiros como o Brasil. A Argentina, por sua vez, obteve condições preferenciais, reflexo do alinhamento político entre Milei e Trump e da defesa de uma economia de livre mercado por parte do governo argentino.
Segundo dados da Câmara Argentina de Comércio e Serviços, em 2024 a Argentina exportou US$ 6,395 bilhões em bens para os EUA, um aumento de 13,2% em relação ao ano anterior. O comércio total entre os dois países alcançou US$ 16,3 bilhões no mesmo período.
Analistas destacam que o acordo amplia a competitividade dos setores exportadores argentinos, mas mantém barreiras relevantes à indústria pesada e não resolve integralmente os déficits comerciais bilaterais. O governo Milei, contudo, celebra a medida como um passo decisivo para transformar a Argentina em uma das economias mais abertas do mundo.
Enquanto isso, a decisão norte-americana de sobretaxar as exportações brasileiras em 50% gerou forte repercussão política e financeira, evidenciando a importância do alinhamento estratégico nas relações internacionais.
O acordo entre EUA e Argentina abre espaço para futuras discussões sobre um tratado de livre comércio mais amplo, dependendo de negociações no âmbito do Mercosul. Para a Argentina, o momento é de otimismo e expectativa de fortalecimento econômico, impulsionado por uma política externa pragmática e alinhada aos interesses do livre mercado.
Nosso site usa cookies e outras tecnologias para que nós e nossos parceiros possamos lembrar de você e entender como você usa o site. Ao continuar a navegação neste site será considerado como consentimento implícito à nossa política de privacidade.