As projeções mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que o Brasil alcançou em 2025 a 87ª colocação no ranking global de Produto Interno Bruto (PIB) per capita ajustado por paridade de poder de compra. Esse índice, considerado fundamental para mensurar o padrão de vida e o desenvolvimento econômico real, revela que o país está agora apenas nove posições acima da metade com os piores indicadores do planeta. Especialistas afirmam que, mantido o ritmo atual, essa diferença pode cair para apenas seis posições até 2030, indicando um movimento de aproximação da metade mais pobre do mundo em termos de renda individual.
O levantamento do FMI destaca que, apesar de continuar entre as dez maiores economias do mundo quando considerado o PIB nominal total, o Brasil amarga um desempenho inferior no recorte per capita, especialmente quando comparado a outras economias emergentes e latino-americanas. O país tinha uma diferença de 21 posições em relação à metade inferior no início dos anos 2000, mas o distanciamento foi encolhendo ao longo das últimas décadas. O cenário reflete fatores como baixo crescimento econômico, desigualdade persistente, desafios estruturais na educação e no mercado de trabalho, além de oscilações cambiais que impactam diretamente o valor convertido em dólares.
O ranking per capita é um dos principais parâmetros internacionais para avaliar riqueza relativa e qualidade de vida, pois leva em conta não apenas a soma da produção, mas sua distribuição por habitante em condições ajustadas pelo custo de vida real em cada país. O Brasil, apesar de avanços pontuais em setores como agronegócio e energia, ainda enfrenta dificuldades em proporcionar aumento consistente e distribuído de renda.
O cenário reforça a necessidade de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável, reversão da precarização do trabalho, investimento em educação, inovação e redução das desigualdades sociais para evitar ultrapasar a linha de corte que separa as economias médias das mais pobres do mundo. Para 2025, o alerta é claro: sem reformas estruturais e avanços na produtividade, o país pode ver seu posicionamento internacional se deteriorar ainda mais.