Tarcísio afirma sobre "TARIFAÇO" - "pode parecer patriótico, mas a curto prazo"
Análise do governador de SP joga luz sobre riscos e limitações das medidas protecionistas contra Estados Unidos
Por Administrador
Publicado em 21/07/2025 21:53
ECONOMIA

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, avaliou publicamente o debate em torno da adoção de tarifas elevadas sobre produtos importados dos Estados Unidos em resposta ao chamado “tarifaço” imposto ao Brasil. De acordo com Tarcísio, a medida pode até ser percebida, em um primeiro momento, como um gesto “patriótico” para proteger a indústria nacional e fortalecer o discurso de defesa dos interesses brasileiros. No entanto, ele ressalta que o impacto positivo tende a se limitar ao curto prazo, podendo resultar em efeitos adversos tanto para consumidores quanto para setores produtivos do país.

 

Tarcísio destacou que políticas protecionistas costumam provocar reações em cadeia no comércio internacional, dando início a ciclos de retaliação cruzada, aumento de custos e, por consequência, encarecimento de produtos e insumos estratégicos. Para o governador, além do risco de escalada na guerra tarifária, tais medidas afetam diretamente o bolso da população e prejudicam a inserção do Brasil em cadeias produtivas globais, o que pode custar empregos e minar investimentos estrangeiros no país.

 

A fala do governador paulista vai ao encontro de preocupações de parte do setor econômico, que teme pelo prolongamento da crise comercial com os Estados Unidos e alerta para a necessidade de buscar alternativas diplomáticas e negociações multilaterais. Tarcísio defende que a resposta brasileira deve priorizar o diálogo construtivo e o fortalecimento de mecanismos comerciais que garantam competitividade, sem sacrificar, especialmente no médio e longo prazo, o dinamismo e a segurança do mercado interno.

 

Especialistas ouvidos corroboram o diagnóstico do chefe do Executivo paulista, lembrando episódios históricos em que políticas de tarifaço, ainda que populares entre setores produtivos nacionais, acabaram sendo revertidas ou ajustadas após provocarem fortes reações externas, retração das exportações e impactos negativos sobre a inflação.

 

O debate ocorre em um contexto de tensão crescente com os Estados Unidos, principal parceiro comercial do Brasil, e coloca na agenda nacional o desafio de equilibrar defesa de soberania econômica, proteção à indústria local e inserção qualificada do país no ambiente internacional cada vez mais competitivo e regulado.

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