Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) protagonizou mais um episódio que acirra a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos após ter seu visto americano revogado nos últimos dias. Em tom ácido e irônico, o magistrado comentou o ocorrido com a frase: “Sempre teremos Paris”, em referência à popular citação do clássico filme Casablanca, usada neste caso como alfinetada ao governo norte-americano e ao bloqueio de sua entrada no país.
Segundo fontes próximas, a revogação do visto foi interpretada como um gesto político das autoridades americanas em resposta ao endurecimento das ações do STF contra figuras públicas conservadoras, incluindo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e influenciadores próximos da ala de direita nos últimos anos. A medida tem sido entendida por ministros do Supremo como uma tentativa indireta de pressão por parte da administração de Donald Trump, hoje novamente no comando da Casa Branca, diante de processos judiciais sensíveis em curso contra aliados de seu círculo político.
A resposta irônica do magistrado, embora não tenha sido feita em entrevista oficial, repercutiu com força nos bastidores dos Três Poderes. Para aliados do governo Lula, a declaração exprime o incômodo crescente com o comportamento do governo americano, considerado hostil diante da independência do Judiciário brasileiro. Já entre parlamentares da oposição, a revogação de vistos de autoridades do STF é vista como justa e simbólica, refletindo o descontentamento internacional com o que classificam como “autoritarismo judicial”.
Diplomatas brasileiros, por sua vez, tentam minimizar o episódio nos bastidores e evitar agravamento da crise bilateral. Internamente, no entanto, o Itamaraty avalia que a revogação de vistos de ministros da mais alta Corte do Brasil representa um gesto sem precedentes nas relações diplomáticas recentes entre os países.
O caso evidencia o clima de desconfiança mútua, em que decisões judiciais altamente politizadas dentro do Brasil passam a ter repercussões no plano internacional. A frase irônica “Sempre teremos Paris” foi interpretada por observadores como um recado claro de que, enquanto os Estados Unidos fecham suas portas, outras potências com prestígio político e diplomático continuam abertas ao diálogo com o Judiciário e o Estado brasileiro. Ao mesmo tempo, o gesto provocador mostra que o conflito entre soberania nacional e ações internacionais começa a atingir os níveis mais elevados do sistema institucional brasileiro.